Um dia como todos os outros basicamente...
Cá está o texto que li:
"A atribuição dos Prémios Nobel pela Real Academia Sueca das Ciências tornou-se um acontecimento central da aldeia global. Há muito tempo que a Academia Sueca sabe que os seus prémios não se dirigem ao passado, mas têm um impacto notável na visibilidade dos galardoados e na aceitação das suas mensagens. Foi assim que a atribuição do prémio a Ramos Horta e Ximenes Belo, não só reconheceu a sua luta, mas influenciou decisivamente o nascimento da primeira nação do século XXI e terminou com um possível genocídio do povo de Timor.
Este ano, houve quem criticasse a "precoce" atribuição do prémio da paz a Barack Obama. Curiosamente, os críticos vieram das fileiras dos saudosos da beligerância de direita de Bush, ou dos beligerantes teóricos da esquerda radical. Talvez ignorem que a eleição de Obama restituiu a dignidade à humanidade não branca e sem olhos azuis. E também não repararam que todo o percurso de Obama se baseou no estabelecimento de pontes e contactos não beligerantes.
Pouco se falou do Prémio Nobel da Economia, que pode ser mais significativo. A Elionor Ostrom, foi-lhe reconhecido o seu trabalho sobre a administração de empresas cooperativas. Oliver Williamson notabilizou-se pelo estudo das transacções contratuais e negociais nas margens de empresas de carácter diverso. Ambos trabalharam sobre economias alternativas fora dos mercados convencionais. Se algum prenúncio existir, ele tem a ver com o fim do absolutismo do mercado e das teorias económicas predadoras."
Depois de tão alegre leitura vamos lá a dissecar o que cá está escrito e ver se se conforma aos factos. Sabem, é que eu sou um homem muito chato. Não sou de opiniões, não sou de palpites e não sou de pressentimentos. Sou de factos e de análise de factos. Uma raridade!
[disclaimer] Obviamente que estou a sobresimplificar! [/disclaimer]
Este ano, houve quem criticasse a "precoce" atribuição do prémio da paz a Barack Obama. Curiosamente, os críticos vieram das fileiras dos saudosos da beligerância de direita de Bush, ou dos beligerantes teóricos da esquerda radical. Talvez ignorem que a eleição de Obama restituiu a dignidade à humanidade não branca e sem olhos azuis. E também não repararam que todo o percurso de Obama se baseou no estabelecimento de pontes e contactos não beligerantes.
Pouco se falou do Prémio Nobel da Economia, que pode ser mais significativo. A Elionor Ostrom, foi-lhe reconhecido o seu trabalho sobre a administração de empresas cooperativas. Oliver Williamson notabilizou-se pelo estudo das transacções contratuais e negociais nas margens de empresas de carácter diverso. Ambos trabalharam sobre economias alternativas fora dos mercados convencionais. Se algum prenúncio existir, ele tem a ver com o fim do absolutismo do mercado e das teorias económicas predadoras."
Depois de tão alegre leitura vamos lá a dissecar o que cá está escrito e ver se se conforma aos factos. Sabem, é que eu sou um homem muito chato. Não sou de opiniões, não sou de palpites e não sou de pressentimentos. Sou de factos e de análise de factos. Uma raridade!
Primeira asserção digna de análise: "Há muito tempo que a Academia Sueca sabe que os seus prémios não se dirigem ao passado, mas têm um impacto notável na visibilidade dos galardoados e na aceitação das suas mensagens." Começo por criticar a expressão "há muito tempo" devido ao carácter vago (e repare que vago é muito parecido com vácuo) da mesma. O que será muito tempo? Dez anos? Vinte anos? Trinta Anos? Não sei mas vou tentar adivinhar.
A história (estória?) dos prémios Nobel começa em 1901 com os prémios de Física, Química, Medicina, Literatura, e Paz. O dito prémio Nobel da economia começou a ser atribuído em 1969.
O prémio que nos interessa, o da Paz, já tem uma história de 108 anos e penso que podemos dizer que muito tempo será algo como 40 anos. Pouco menos de metade do tempo de vida do prémio. Por outro, a economia só tem galardoados desde há quarenta anos e vamos tomar todo o tempo de vida deste Nobel para por a asserção tão audaz do autor de tão eloquente prosa à prova.
Em Física
- 2009 - Charles K. Kao, Willard S. Boyle, George E. Smith
- 2008 - Yoichiro Nambu, Makoto Kobayashi, Toshihide Maskawa
- 2007 - Albert Fert, Peter Grünberg
- 2006 - John C. Mather, George F. Smoot
- 2005 - Roy J. Glauber, John L. Hall, Theodor W. Hänsch
- 2004 - David J. Gross, H. David Politzer, Frank Wilczek
- 2003 - Alexei A. Abrikosov, Vitaly L. Ginzburg, Anthony J. Leggett
- 2002 - Raymond Davis Jr., Masatoshi Koshiba, Riccardo Giacconi
- 2001 - Eric A. Cornell, Wolfgang Ketterle, Carl E. Wieman
- 2000 - Zhores I. Alferov, Herbert Kroemer, Jack S. Kilby
- 1999 - Gerardus 't Hooft, Martinus J.G. Veltman
- 1998 - Robert B. Laughlin, Horst L. Störmer, Daniel C. Tsui
- 1997 - Steven Chu, Claude Cohen-Tannoudji, William D. Phillips
- 1996 - David M. Lee, Douglas D. Osheroff, Robert C. Richardson
- 1995 - Martin L. Perl, Frederick Reines
- 1994 - Bertram N. Brockhouse, Clifford G. Shull
- 1993 - Russell A. Hulse, Joseph H. Taylor Jr.
- 1992 - Georges Charpak
- 1991 - Pierre-Gilles de Gennes
- 1990 - Jerome I. Friedman, Henry W. Kendall, Richard E. Taylor
- 1989 - Norman F. Ramsey, Hans G. Dehmelt, Wolfgang Paul
- 1988 - Leon M. Lederman, Melvin Schwartz, Jack Steinberger
- 1987 - J. Georg Bednorz, K. Alex Müller
- 1986 - Ernst Ruska, Gerd Binnig, Heinrich Rohrer
- 1985 - Klaus von Klitzing
- 1984 - Carlo Rubbia, Simon van der Meer
- 1983 - Subramanyan Chandrasekhar, William A. Fowler
- 1982 - Kenneth G. Wilson
- 1981 - Nicolaas Bloembergen, Arthur L. Schawlow, Kai M. Siegbahn
- 1980 - James Cronin, Val Fitch
- 1979 - Sheldon Glashow, Abdus Salam, Steven Weinberg
- 1978 - Pyotr Kapitsa, Arno Penzias, Robert Woodrow Wilson
- 1977 - Philip W. Anderson, Sir Nevill F. Mott, John H. van Vleck
- 1976 - Burton Richter, Samuel C.C. Ting
- 1975 - Aage N. Bohr, Ben R. Mottelson, James Rainwater
- 1974 - Martin Ryle, Antony Hewish
- 1973 - Leo Esaki, Ivar Giaever, Brian D. Josephson
- 1972 - John Bardeen, Leon N. Cooper, Robert Schrieffer
- 1971 - Dennis Gabor
- 1970 - Hannes Alfvén, Louis Néel
- 1969 - Murray Gell-Mann
- 2009 - Venkatraman Ramakrishnan, Thomas A. Steitz, Ada E. Yonath
- 2008 - Osamu Shimomura, Martin Chalfie, Roger Y. Tsien
- 2007 - Gerhard Ertl
- 2006 - Roger D. Kornberg
- 2005 - Yves Chauvin, Robert H. Grubbs, Richard R. Schrock
- 2004 - Aaron Ciechanover, Avram Hershko, Irwin Rose
- 2003 - Peter Agre, Roderick MacKinnon
- 2002 - John B. Fenn, Koichi Tanaka, Kurt Wüthrich
- 2001 - William S. Knowles, Ryoji Noyori, K. Barry Sharpless
- 2000 - Alan Heeger, Alan G. MacDiarmid, Hideki Shirakawa
- 1999 - Ahmed Zewail
- 1998 - Walter Kohn, John Pople
- 1997 - Paul D. Boyer, John E. Walker, Jens C. Skou
- 1996 - Robert F. Curl Jr., Sir Harold Kroto, Richard E. Smalley
- 1995 - Paul J. Crutzen, Mario J. Molina, F. Sherwood Rowland
- 1994 - George A. Olah
- 1993 - Kary B. Mullis, Michael Smith
- 1992 - Rudolph A. Marcus
- 1991 - Richard R. Ernst
- 1990 - Elias James Corey
- 1989 - Sidney Altman, Thomas R. Cech
- 1988 - Johann Deisenhofer, Robert Huber, Hartmut Michel
- 1987 - Donald J. Cram, Jean-Marie Lehn, Charles J. Pedersen
- 1986 - Dudley R. Herschbach, Yuan T. Lee, John C. Polanyi
- 1985 - Herbert A. Hauptman, Jerome Karle
- 1984 - Bruce Merrifield
- 1983 - Henry Taube
- 1982 - Aaron Klug
- 1981 - Kenichi Fukui, Roald Hoffmann
- 1980 - Paul Berg, Walter Gilbert, Frederick Sanger
- 1979 - Herbert C. Brown, Georg Wittig
- 1978 - Peter Mitchell
- 1977 - Ilya Prigogine
- 1976 - William Lipscomb
- 1975 - John Cornforth, Vladimir Prelog
- 1974 - Paul J. Flory
- 1973 - Ernst Otto Fischer, Geoffrey Wilkinson
- 1972 - Christian Anfinsen, Stanford Moore, William H. Stein
- 1971 - Gerhard Herzberg
- 1970 - Luis Leloir
- 1969 - Derek Barton, Odd Hassel
- 2009 - Elizabeth H. Blackburn, Carol W. Greider, Jack W. Szostak
- 2008 - Harald zur Hausen, Françoise Barré-Sinoussi, Luc Montagnier
- 2007 - Mario R. Capecchi, Sir Martin J. Evans, Oliver Smithies
- 2006 - Andrew Z. Fire, Craig C. Mello
- 2005 - Barry J. Marshall, J. Robin Warren
- 2004 - Richard Axel, Linda B. Buck
- 2003 - Paul C. Lauterbur, Sir Peter Mansfield
- 2002 - Sydney Brenner, H. Robert Horvitz, John E. Sulston
- 2001 - Leland H. Hartwell, Tim Hunt, Sir Paul Nurse
- 2000 - Arvid Carlsson, Paul Greengard, Eric R. Kandel
- 1999 - Günter Blobel
- 1998 - Robert F. Furchgott, Louis J. Ignarro, Ferid Murad
- 1997 - Stanley B. Prusiner
- 1996 - Peter C. Doherty, Rolf M. Zinkernagel
- 1995 - Edward B. Lewis, Christiane Nüsslein-Volhard, Eric F. Wieschaus
- 1994 - Alfred G. Gilman, Martin Rodbell
- 1993 - Richard J. Roberts, Phillip A. Sharp
- 1992 - Edmond H. Fischer, Edwin G. Krebs
- 1991 - Erwin Neher, Bert Sakmann
- 1990 - Joseph E. Murray, E. Donnall Thomas
- 1989 - J. Michael Bishop, Harold E. Varmus
- 1988 - Sir James W. Black, Gertrude B. Elion, George H. Hitchings
- 1987 - Susumu Tonegawa
- 1986 - Stanley Cohen, Rita Levi-Montalcini
- 1985 - Michael S. Brown, Joseph L. Goldstein
- 1984 - Niels K. Jerne, Georges J.F. Köhler, César Milstein
- 1983 - Barbara McClintock
- 1982 - Sune K. Bergström, Bengt I. Samuelsson, John R. Vane
- 1981 - Roger W. Sperry, David H. Hubel, Torsten N. Wiesel
- 1980 - Baruj Benacerraf, Jean Dausset, George D. Snell
- 1979 - Allan M. Cormack, Godfrey N. Hounsfield
- 1978 - Werner Arber, Daniel Nathans, Hamilton O. Smith
- 1977 - Roger Guillemin, Andrew V. Schally, Rosalyn Yalow
- 1976 - Baruch S. Blumberg, D. Carleton Gajdusek
- 1975 - David Baltimore, Renato Dulbecco, Howard M. Temin
- 1974 - Albert Claude, Christian de Duve, George E. Palade
- 1973 - Karl von Frisch, Konrad Lorenz, Nikolaas Tinbergen
- 1972 - Gerald M. Edelman, Rodney R. Porter
- 1971 - Earl W. Sutherland, Jr.
- 1970 - Sir Bernard Katz, Ulf von Euler, Julius Axelrod
- 1969 - Max Delbrück, Alfred D. Hershey, Salvador E. Luria
Acho que aqui uma lista não é precisa. Uma vez que qualquer pessoa percebe que prémios Nobel de Literatura não fazem sentido nenhum se tencionam homenagear promessas
Na Paz
- 2009 - Barack Obama
- 2008 - Martti Ahtisaari
- 2007 - Intergovernmental Panel on Climate Change, Al Gore
- 2006 - Muhammad Yunus, Grameen Bank
- 2005 - International Atomic Energy Agency, Mohamed ElBaradei
- 2004 - Wangari Maathai
- 2003 - Shirin Ebadi
- 2002 - Jimmy Carter
- 2001 - United Nations, Kofi Annan
- 2000 - Kim Dae-jung
- 1999 - Médecins Sans Frontières
- 1998 - John Hume, David Trimble
- 1997 - International Campaign to Ban Landmines, Jody Williams
- 1996 - Carlos Filipe Ximenes Belo, José Ramos-Horta
- 1995 - Joseph Rotblat, Pugwash Conferences on Science and World Affairs
- 1994 - Yasser Arafat, Shimon Peres, Yitzhak Rabin
- 1993 - Nelson Mandela, F.W. de Klerk
- 1992 - Rigoberta Menchú Tum
- 1991 - Aung San Suu Kyi
- 1990 - Mikhail Gorbachev
- 1989 - The 14th Dalai Lama
- 1988 - United Nations Peacekeeping Forces
- 1987 - Oscar Arias Sánchez
- 1986 - Elie Wiesel
- 1985 - International Physicians for the Prevention of Nuclear War
- 1984 - Desmond Tutu
- 1983 - Lech Walesa
- 1982 - Alva Myrdal, Alfonso García Robles
- 1981 - Office of the United Nations High Commissioner for Refugees
- 1980 - Adolfo Pérez Esquivel
- 1979 - Mother Teresa
- 1978 - Anwar al-Sadat, Menachem Begin
- 1977 - Amnesty International
- 1976 - Betty Williams, Mairead Corrigan
- 1975 - Andrei Sakharov
- 1974 - Seán MacBride, Eisaku Sato
- 1973 - Henry Kissinger, Le Duc Tho
- 1972 - The prize money for 1972 was allocated to the Main Fund
- 1971 - Willy Brandt
- 1970 - Norman Borlaug
- 1969 - International Labour Organization
1969 R. Frisch och J. Tinbergen
1970 P. A. Samuelson
1971 S. Kuznets
1972 J.R. Hicks and K.J. Arrow
1973 W. Leontief
1974 G. Myrdal och F.A. von Hayek
1975 L.V. Kantorovich och T.C. Koopmans
1976 M. Friedman
1977 B. Ohlin and J.E. Meade
1978 H.A. Simon
1979 T.W. Schultz and A. Lewis
1980 L.R. Klein
1981 J. Tobin
1982 G.J. Stigler
1983 G. Debreu
1984 R. Stone
1985 F. Modigliani
1986 J.M. Buchanan Jr
1987 R.M. Solow
1988 M. Allais
1989 T. Haavelmo
1990 H.M. Markowitz, M.H. Miller and W.F. Sharpe
1991 R.H. Coase
1992 G.S. Becker
1993 R.W. Fogel and D.C. North
1994 J.C. Harsanyi, J.F. Nash Jr och R. Selten
1995 R.E. Lucas, Jr.
1996 J.A. Mirrlees and W. Vickrey
1997 R.C. Merton and M.S. Scholes
1998 A. Sen
1999 R.A. Mundell
2000 J.J. Heckman and D.L. McFadden
2001 G.A. Akerlof, A.M. Spence and J.E. Stiglitz
2002 D. Kahneman and V. L. Smith
2003 R.F. Engle and C.W.J. Granger
2004 Finn E. Kydland and Edward C. Prescott
2005 Robert J. Aumann and Thomas C. Schelling
2006 Edmund S. Phelps
2007 Leonid Hurwicz, Eric S. Maskin och Roger B. Myerson
2008 Paul Krugman
2009 Elinor Ostrom, Oliver Williamson
Se olharmos para todos este laureados vemos que a diferença temporal entre o trabalho feito e o reconhecimento da sua importância através da atribuição de um prémio Nobel em nada indica que a Academia saiba que os seus prémios não se dirijam ao passado. Sim é certo que temos alguns vencedores em que tal não acontece mas a média de reconhecimento ronda os 20 anos de intervalo de tempo.
Ou seja acabamos de refutar uma asserção simpática por parte do autor com aquela coisa estranha que se chamam factos.
Depois temos isto: "Curiosamente, os críticos vieram das fileiras dos saudosos da beligerância de direita de Bush, ou dos beligerantes teóricos da esquerda radical" uma vez que não sou nenhum saudosista da beligerância de Bush devo ser um beligerante teórico de esquerda radical.
A palavra radical deriva de radix, palavra latina que siginifica raíz. Assim sendo vejo que aquele rótulo que ganhei de facto não está mal aplicado. Uma vez que a base do meu criticismo é a raiz dos prémios Nobel: o testamento do senhor Alfred:
"The whole of my remaining realizable estate shall be dealt with in the following way:
The capital shall be invested by my executors in safe securities and shall constitute a fund, the interest on which shall be annually distributed in the form of prizes to those who, during the preceding year, shall have conferred the greatest benefit on mankind. The said interest shall be divided into five equal parts, which shall be apportioned as follows: one part to the person who shall have made the most important discovery or invention within the field of physics; one part to the person who shall have made the most important chemical discovery or improvement; one part to the person who shall have made the most important discovery within the domain of physiology or medicine; one part to the person who shall have produced in the field of literature the most outstanding work of an idealistic tendency; and one part to the person who shall have done the most or the best work for fraternity among nations, for the abolition or reduction of standing armies and for the holding and promotion of peace congresses.
The prizes for physics and chemistry shall be awarded by the Swedish Academy of Sciences; that for physiological or medical works by Karolinska Institutet in Stockholm; that for literature by the Academy in Stockholm; and that for champions of peace by a committee of five persons to be elected by the Norwegian Storting. It is my expressed wish that in awarding the prizes no consideration whatever shall be given to the nationality of the candidates, so that the most worthy shall receive the prize, whether he be Scandinavian or not."
Devo ser muito ceguinho, ou muito estúpido (quiçá as duas coisas), mas não vejo nenhuma referência no texto do senhor que origina os prémios Nobel a promessas. Vejo sim muitas referências à acções concretas e a resultados. E pasme-se!, é nisto que baseio a minha crítica de radical beligerante de esquerda. A palavra do homem que criou os prémios e ditou as condições para eles serem atribuídos sem a menor ponta de ambiguidade.
Já ouço alguém a dizer: "Sinceramente dweebydoofus, tu já disseste muita coisa estúpida, mas esta realmente ultrapassa tudo. Então querias tu que um prémio criado por uma pessoa respeitasse as condições que essa pessoa estipulou para a sua atribuição?! Mas que grande acéfalo que me saíste!"
E depois temos esta pérolazita: "Talvez ignorem que a eleição de Obama restituiu a dignidade à humanidade não branca e sem olhos azuis."
Ai restituiu?! Em primeiro lugar não sabia que a tinhamos perdido, mas agradeço de todo o coração a sua informação, e depois queria saber como é que uma equipa racialmente menos diversa que a organização Bush restitui a dignidade à humanidade não branca e sem olhos azuis.
Mas que grande anormalidade de se dizer ó Pio Abreu! Por todos os motivos e mais alguns. Da próxima vez feche a boca, olhe para os factos, e depois sim abra a boca. É que assim pode ser que não saia tanta merda!
"E também não repararam que todo o percurso de Obama se baseou no estabelecimento de pontes e contactos não beligerantes."
Pronto! Aqui é que a loiça se parte toda.
Uma vez lá vem a minha chatice: os factos e a análise dos factos. Obama continua a apoiar o governo de Uribe (e consequentemente os seus esquadrões de morte). O Pio Abreu devia ver fotos de alguns camponeses esquartejados para se dar conta das pontes estabelecidas e dos tais contactos não beligerantes. É que apoiar financeira e logisticamente governos homicidas (e a informação das torturas, desaparecimentos, e mortes não é nada difícil de encontrar) é ser homicida também.
Outra sugestão que faço é que o Pio Abreu vá assistir a um casamento no Afeganistão. Pode ser que leve com uns tantos rockets e depois veja os tais contactos não beligerantes.
Ou ainda que vá viver para Gaza durante uns tempos. Apoiar governos que causam destruição e crimes contra a humanidade, e depois ainda proíbe acesso de medicamentos, água, cimento para a reconstrução de edifícios também parece ser o tal estabelicimento de pontes.
Tenha vergonha na cara e na próxima vez em vez de dizer tanto disparete, faça um favor a todos nós: vá comer um cagalhão.
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