segunda-feira, 30 de novembro de 2009

E como tal fica-me a dúvida...

... serei pósmoderno por fazer a distinção?

Claro que não. Afinal já Einstein tinha dito: "As far as the laws of mathematics refer to reality, they are not certain; and as far as they are certain, they do not refer to reality"

É só uma questão de saber do que se fala e tentar ser-se racional de uma forma coerente.

7 comments:

garibaldov disse...

Eu acho isso elementar mas é interessante como não parece ser para muitas pessoas (alguns qté promissores cientistas confundem incerteza de leis com incerteza na natureza, wtf).

O facto é que a nossa tendência natural (julgo eu) não é ser racional. Quanto muito podemos ter um instinto para fixar realidades e também para questioná-las (mais forte nuns que noutros), mas só através de um reforço cultural que deriva do desenvolvimento da linguagem e da escrita se pode usar esse instinto para reformular as nossas assumpções, numa constante re-racionalização. Uns aderem de bom grado a esse caminho. Outros vão simplesmente na carruagem.

Terminada a verborreia abstracta, já viste o Glory?lol

ateixeira disse...

Elementar hoje em dia. Se vivesses nos séculos XVIII, XIX elementar seria a visão oposta.

Também acho que não é natural sermos racionais e por isso falo no esforço consciente e coerente para o sermos. Claro que aqui falo é por experiência própria e gostava é de saber se há estudos feitos sobre este aspecto da psique humana.

Ainda não vi o Glory, mas prometo-te que este fim-de-semana é que é. Metade do filme no sábado e a outra metade no domingo.

garibaldov disse...

Algumas partes do Freud ajudam-me, na minha abordagem desse aspecto. A ideia de que a racionalização pode derivar de um mecanismo de defesa faz para mim, bastante sentido. Pode haver outras abordagens, claro.

A crítica que Nietzsche faz ao racionalismo de Kant também me ajuda, no sentido que me inspira a reforçar a minha racionalidade, pondo-a em causa.

Por fim, o grande espinoza, que para mim é quem melhor conceptualiza a problemática da relação entre o ser humano e a informação que afecta a sua consciência, embora de uma forma ainda muito abstracta, não está mal para quem viveu à 400 anos. Claro que foi excomungado por três igrejas pelas suas ideias.

ateixeira disse...

Mas isso a mim não basta meu caro. Não quero discussões/exposições "teóricas" (atenção às aspas)sobre a nossa racionalidade e irracionalidade. Queria era mesmo ver estudos em que isso se estudasse durante um bom período de tempo com uma população considerável e quais os resultados obtidos.

Atenção que não quero tirar o valor das coisas feitas por essas pessoas que citas (até porque nem li e não me sugiras que leia porque sabes muito bem o que tenho para ler), mas para mim não chega. Quero mesmo ver como são as coisas na prática.

garibaldov disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
garibaldov disse...

É por isso que tenho andado interessado em investigar o trabalho dos neurologistas desde o Pavlov. O futuro está no estudo do cérebro. Já andam a ser feitos muitos estudos que demonstram a primazia dos processos endocrinológicos no comportamento e comunicação entre seres humanos. A racionalidade surge para expor ou justificar as sensações provocadas no cérebro por esses processos.

Eu penso que a racionalidade é produto da aplicação da linguagem simbólica (que tem origem em sensações) a um grupo cada vez mais extenso de indivíduos, o que obriga a comunicação dos processos mentais a obedecer a regras cada vez mais consensuais e aplicáveis universalmente, logo mais matemáticas.

Se puderes ver o filme todo de uma vez, era mais fixe mas se não der, paciência.

ateixeira disse...

Esqueci-me do filme no local de trabalho...